sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

2012: Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos

Mais de 1,4 bilhão de pessoas, em todo o mundo, não têm acesso à
eletricidade e, por isso, possuem péssimas condições de vida. Para tentar mudar
essa realidade, a ONU proclamou 2012 como o Ano Internacional da Energia
Sustentável para Todos


Dados da Rede de Conhecimento ONU-Energia* apontam que,
atualmente, mais de 1,4 bilhão de pessoas de todo o mundo não possuem
acesso à eletricidade e cerca de um bilhão tem acesso
intermitente, ou seja, não contínuo, o que acarreta em problemas de saúde,
déficit educacional, destruição ambiental e, até mesmo, atraso
econômico. Para chamar a atenção da população mundial para este problema
e, assim, fomentar ações que possam ajudar a mudar essa realidade, a ONU
– Organização das Nações Unidas proclamou que 2012
será o Ano Internacional da Energia Sustentável para
Todos. O anúncio faz parte de uma iniciativa maior – também
batizada de Energia Sustentável para Todos (Sustainable Energy for
All*, em inglês) –, comandada pelo secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, que até o ano de 2030 pretende alcançar três
grandes objetivos. São eles: – assegurar que todos tenham acesso a
serviços modernos de energia; – reduzir em 40% a
intensidade energética global e – aumentar em 30% o uso de
energias renováveis em todo o mundo. Para isso, a iniciativa
espera receber apoio dos governos, empresas do setor privado, ONGs e da própria
sociedade civil, que pode acessar o site do Sustainable Energy for All e
participar ou, mesmo, propor ações que garantam a universalização da
energia sustentável. Faça parte desse movimento! No portal do
projeto ainda é possível conferir o calendário de
eventos
que a ONU está preparando para a celebração do Ano
Internacional da Energia Sustentável para Todos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GOTA D'ÁGUA!

Este vídeo pretende envolver a sociedade brasileira na discussão do planejamento energético do Brasil através da obra da usina hidrelétrica de Belo Monte


Leia a petição e apoie essa causa aqui!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cidades renovadas

Em vários pontos do planeta, áreas degradadas, antes ocupadas por indústrias, passam por recuperação para dar lugar a edifícios residenciais


"O novo uso ajuda a revitalizar o espaço urbano", diz Jaime Ohata, diretor da consultoria de meio ambiente Geoklock, de São Paulo. Na Europa, esse movimento é comum. O escritório americano Moore Ruble Yudell, por exemplo, aproveitou um local onde funcionava uma fábrica de carros, na cidade sueca de Malmö, e implantou ali um conjunto de prédios (acima).

Antes trocou parte do solo contaminado com agentes químicos por terra limpa e incluiu no paisagismo plantas que absorvem substâncias tóxicas. Grandes construtoras paulistas também aderiram à onda. "Bem localizados e mais baratos, esses terrenos são bom negócio para abrigar imóveis de alto padrão e assim garantir retorno comercial do alto custo de tratamento", fala Antonio Setin, presidente da construtora Setin. "O uso só é liberado diante de um plano de intervenção que garanta a segurança do futuro empreendimento", diz Elton Gloeden, gerente de Áreas Contaminadas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

É SEGURO MORAR AQUI?
Para conseguir um parecer da prefeitura de São Paulo, que libera o uso da área comprometida, as construtoras são obrigadas a apresentar um plano de descontaminação. "Ele deve eliminar qualquer risco à população", diz Rodrigo César Cunha, gerente de Gestão de Recursos para Investigação e Remediação de Áreas Contaminadas da Cetesb. Por lei, eventuais restrições de uso do solo ou da água subterrânea ficam registradas na escritura do imóvel e podem ser consultadas. "Antes da compra, verifique se o endereço integra uma lista de áreas comprometidas já reabilitadas", indica. A da Cetesb pode ser conferida no site www.cetesb.sp.gov.br.

Fonte: Arquitetura & Construção

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cimento: use com sabedoria

Nossa indústria cimenteira é a mais sustentável do mundo: ela emite 30% menos CO2 que a média global. Esse índice pode melhorar ainda mais. Entenda como isso acontece e saiba qual o seu papel


A produção de cimento responde por nada menos que 5% das emissões totais de CO2. O perigo está na receita do produto, cuja base chama-se clínquer, mistura de calcário e argila. Altamente poluente, ela é obtida em fornos que chegam a até 2 mil °C de temperatura. Ao diminuir a porcentagem desse componente, substituindo-o pelas chamadas adições, a indústria brasileira reduz a quantidade de CO2 lançada à atmosfera. Dessas novas composições surgem as seguintes classificações: o CP III, cimento feito com até 70% de escória das siderúrgicas; o CP IV, que leva de 15 a 50% de cinzas volantes (resultado da queima do carvão em termelétricas); e o CP II, composto que emprega escórias (CP II-E), cinzas volantes (CP II-Z) e calcário (CP II-F) em proporções entre 6 e 34%. Os números são de Arnaldo Battagin, chefe dos laboratórios da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Afora os filtros que reduzem a poluição, há ainda outras formas de amenizar os danos ambientais causados pelo setor. Além disso, "a maioria das empresas substitui parte do combustível fóssil queimado nos fornos por biomassa ou lixo, como pneus usados," explica Arnaldo. Denominado coprocessamento, esse expediente é adotado por 37 das 51 fábricas nacionais que produzem clínquer.

Enquanto a média mundial de emissão de CO2 chega a 900 kg por tonelada de cimento, no Brasil esse número cai para 600 kg. Carlos Eduardo de Almeida, diretor de assuntos corporativos da Holcim Brasil, assegura que esse quadro pode melhorar ainda mais: "Com o coprocessamento, adições e uso de biomassa nos fornos, temos margem para diminuir a 430 kg". Mas não é apenas o parque industrial que se esforça em suas iniciativas sustentáveis. Correndo por fora, já começam a aparecer outras ações com a mesma intenção. Em Cantagalo, RJ, a unidade da Lafarge, em parceria com a prefeitura, usa todo o lixo urbano reciclável produzido na cidade como combustível na produção.

A iniciativa da Camargo Corrêa vai em outra direção, trazendo os moradores do entorno das fábricas para discussões relacionadas à comunidade, atuando em conjunto com ela. O Brasil também age fortemente no cenário internacional. Os principais grupos brasileiros integram o Cement Sustainability Initiative (CSI), entidade que reúne os 18 maiores produtores do mundo ao redor da mesa que tenta reduzir as emissões de CO2. José Otávio Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), avisa que o Brasil é o país com o menor potencial. E não vai aí uma conotação negativa. Acontece que o país "já avançou muito em sua lição de casa", analisa. Na outra ponta, a do consumidor, a realidade muda. A arquiteta Diana Csillag, do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), alerta para os ajustes a serem realizados por quem usa o cimento e o concreto. E dá a radiografia da situação: grande desperdício nas pequenas obras, ausência de gestão eficiente no canteiro, falta de projetos com estruturas mais racionais. "Muitas vezes, elas são superdimensionadas e gasta-se mais cimento do que o necessário", afirma. Diana não está sozinha na sua constatação.

Pesquisador de técnicas e materiais sustentáveis, o arquiteto paulista Tomaz Lotufo faz coro com ela. E não acredita que aumentar as adições, tornando o sistema menos agressivo, seja suficiente para classificar o cimento como ecológico. "Temos sempre que usá-lo com parcimônia", ensina. Para Tomaz, o consumidor também pode minimizar os estragos feitos ao meio ambiente. Ao contratar um profissional, deve pedir um projeto com baixo consumo energético. Para ele, isso precisa estar à frente de uma exigência simplesmente estética.

Só para lembrar: "o CP III", conta Arnaldo Battagin, "já é produzido no Brasil desde a década de 50". Sessenta anos depois, talvez seja a hora de o consumidor fazer também a sua lição.

OS NÚMEROS DO SETOR
- 5% das emissões globais de CO2 são geradas pela indústria cimenteira. No Brasil, o setor representa menos de 2% delas.
- 20 bilhões de toneladas de concreto foram utilizadas em todo o mundo em 2009. O produto é o segundo mais consumido pelo homem. Perde apenas para a água.
- 271 kg foi o consumo médio per capita de cimento no Brasil em 2009. Na China, esse número quase quadruplica.

A SUA PARTE NESTA HISTORIA
Na hora de comprar e usar o cimento, vale a pena adotar alguns critérios. Vejas as dicas da arquiteta Diana Csillag:

- Escolha bons fabricantes: não existe sustentabilidade sem formalidade, legalidade e qualidade.
- Exija do responsável por sua obra cuidados na execução e na gestão do canteiro para evitar excessos e desperdícios.
- Priorize, sempre que possível, cimento com menor percentual de clínquer, como o CP III e o CP IV.
- Dê preferência a empresas com projetos reconhecidos de responsabilidade socioambiental.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Paris disponibiliza carros elétricos para aluguel

Autolib nas ruas da capital francesa. Meta é disponibilizar 2 mil veículos até junho de 2012


Incentivar que as pessoas deixem seus carros em casa para utilizarem veículos elétricos, mais econômicos e ambientalmente adequados. Este é o objetivo do projeto "Autolib", que já disponibiliza 60 automóveis do tipo autosserviço desde domingo, 2 de outubro, nas ruas de Paris.

São 10 pontos de retiradas e devolução dos pequenos veículos colocados à disposição do público em diferentes bairros da cidade. Ainda em fase de testes, o dispositivo deverá estar acessível com pelo menos 250 veículos até o dia 5 de dezembro - este número deve aumentar para 2 mil até o fim de junho de 2012.

A ideia segue o princípio das bicicletas de autosserviço, as "Vélib", que tiveram muito sucesso e funcionam desde 2007.

O Bluecar deve ser retirado em um ponto e devolvido em qualquer outra estação. O sistema de veículos de autosserviço já existe em outras grandes cidades como Nova York, a inovação francesa é que os carros são totalmente elétricos. A bateria tem capacidade para fazer o Bluecar rodar por 250 km na cidade e 150 km fora dela com uma velocidade limitada em 130 km/h.

A primeira meia hora de utilização custa entre 5 e 7 euros, de acordo com o desconto, a segunda entre 4 e 6 e o resto entre 6 e 8. A Bolloré (empresa fabricante) investiu 200 milhões de euros neste projeto, aos quais se somam os 35 milhões fornecidos pelo governo local, sendo 50 mil por cada estação construída.

Segundo o fabricante, para que o sistema seja rentável são necessários 80.000 utilizadores. "Este serviço vai complementar os de transporte e táxis. Nossa vontade consiste em aumentar a oferta de transporte", explicou à AFP Annick Lepetit, presidente do sindicato "Autolib".

Os quatro primeiros anos serão decisivos para o sucesso do projeto. O presidente da fabricante, Vincent Bolloré adiantou que já discute a implantação do sistema em outras cidades.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Acordo garante sustentabilidade nas habitações da CDHU


O secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Silvio Torres, assinou nesta terça-feira, 27/09, Protocolo de Cooperação com o CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável que garante que, de agora em diante, a sustentabilidade será incluída nas políticas públicas de construção dos empreendimentos habitacionais da CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.

A intenção do acordo é mobilizar especialistas e representantes do setor público para pensar e viabilizar, juntos, estratégias e soluções que garantam a construção sustentável das HIS - Habitações de Interesse Social, com a intenção de diminuir o impacto dessas obras públicas e, ainda, reduzir o desperdício de recursos naturais e, também, de dinheiro.

Também estavam presentes no evento o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente do CBCS, Marcelo Takaoka.

Energia Sustentável para Todos


A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos em decorrência dos dados alarmantes apontados pela Rede de Conhecimento ONU-Energia, em que mais de 1,4 bilhão de pessoas ao redor do mundo não têm acesso à eletricidade e mais de um bilhão têm acesso escasso.

Energia Sustentável para Todos, iniciativa projetada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, tem como objetivo implantar fontes renováveis com maior eficiência e assim torná-las viáveis a todos. “Salvar nosso Planeta, tirar pessoas da pobreza, avançar no crescimento econômico fazem parte da mesma luta. Precisamos interligar os pontos entre o combate às mudanças climáticas, escassez de água e energia, saúde global, segurança alimentar e capacitação das mulheres. Soluções de um problema devem ser soluções para todos”, declarou.

O Secretário-Geral anunciou ainda que um alto grupo de prestígio irá aconselhar e orientar a iniciativa. Líderes de corporações globais, instituições financeiras e fundações irão juntar-se às Nações Unidas para produzir uma ampla agenda de ações concretas e sustentáveis de energia e, assim, atender a três objetivos até 2030:

- assegurar acesso universal a serviços modernos de energia;
- dobrar a taxa de eficiência energética global;
- dobrar o uso de energias renováveis em todo o mundo.

“Todo desafio global acaba sempre voltando para o acesso à energia. Sem acesso à energia, desafios como educar as crianças, capacitar as mulheres e melhorar a saúde tornam-se impossíveis. A energia é o motor do crescimento econômico, o qual é necessário para aliviar a pobreza”, explicou Reid Detchon, Vice Presidente de Energia e Clima da Fundação das Nações Unidas.

Há diversas formas de apoiar a iniciativa. Você pode doar, criar atividades, divulgar materiais autorizados, etc. Acesse o site oficial Energia Sustentável para Todos e faça parte dessa celebração.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O recado de Al Gore no Rio de Janeiro

No 24 Horas de Realidade, o consultor em sustentabilidade e apresentador oficial do projeto liderado por Al Gore, Roberto Vámos, falou sobre a crise do clima pela qual a Terra passa e lembrou que sua solução está em nossas mãos. Saiba o que você pode fazer para transformar a realidade


Pode ser que, em algum lugar do universo, exista uma Terra onde a temperatura não está aumentando, as tempestades não se tornam mais devastadoras, as enchentes não causam mais estragos e as secas não matem plantações, animais e pessoas. Mas, infelizmente, isso não ocorre aqui. Na nossa Terra, passamos por uma crise climática de efeito destruidor. Mas a boa notícia é que as soluções para esse problema está em nossas mãos.

Essa foi uma das mensagens do Rio de Janeiro durante o evento 24 Horas de Realidade, realizado nos dias 14 e 15 de setembro, em 24 cidades de todo o mundo. A ação foi promovida pela ONG TheClimate Reality Project*, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, e contou com palestras de especialistas em mudanças climáticas, transmitidas online, para mostrar que a crise climática existe e impacta a vida de todos nós.

Direto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o mundo todo ouviu Roberto Vámos, consultor em eficiência e sustentabilidade para negócios e apresentador oficial do The Climate Reality Project, que foi treinado pessoalmente por Al Gore. Segundo os organizadores do evento, cerca de sete milhões de pessoas visitaram o site até o começo da apresentação brasileira.

Vámos começou sua apresentação expondo eventos extremos ocorridos recentemente, como:
- a inundação que atingiu o Paquistão no ano passado e desabrigou 20 milhões de pessoas;
- a enchente do começo do ano na Austrália, que abrangeu uma área maior do que a Alemanha e a França juntas e afetou cidades inteiras;
- as chuvas torrenciais que caíram na China que inundaram regiões inteiras e afetaram 8,5 milhõs de pessoas;
- o super tufão Megi, que atingiu as Filipinas e o Tawain e causou a tempestade mais intensa da história, desalojando 350 mil pessoas, e
- a destruição causada em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, por conta das chuvas intensas que caíram no começo do ano.

"Infelizmente essas cenas se repetirão com mais frequência", afirmou Vámos. Ele explicou, também, por que as chuvas estão se tornando mais intensas em todo o mundo. De acordo com os cientistas, isso ocorre porque o ambiente em que as chuvas se formam mudou devido às atividades exercidas pelos homens. Ou seja, pelo aumento do volume de gases causadores do efeito estufa que lançamos à atmosfera. "Não só cientistas dizem isso. A companhia de seguros Munich Re, uma das maiores do mundo, afrima que a única explicação plausível para o aumento das catástrofes é a mudança climática", disse.

Nos últimos 200 anos, como explicou Vámos, a temperatura do planeta vem crescendo. Como a temperatura aumenta, mais água evapora dos oceanos para a atmosfera. Então a água que evaporou se precipita, na forma de chuva ou neve. "Acontece que o ar mais quente pode conter muito mais vapor d’água. Cada 1oC que aumenta, a capacidade da atmosfera de reter vapor d’água cresce 7%. E nos últimos 30 anos cientistas observaram que já há 4% mais vapor d’água na atmosfera", explicou. Assim, se intensifica o cenário de chuvas e nevascas mais fortes, causando enchentes maiores e mais frequentes.

Por outro lado, as secas também se tornam mais intensas em todo o mundo. "O mesmo calor que causa mais evaporação nos oceanos remove a umidade do solo, com ainda mais rapidez", disse. E lembrou de diversos eventos, como a onda de calor que causou queimadas na Rússia no ano passado. Por causa da fumaça tóxica que tomou o país, 50 mil pessoas morreram. Além disso, depois de quatro meses houve um aumento recorde no preço mundial dos alimentos, já que as exportações de grãos da Rússia, Ucrânia e Cazaquistão foram interrompidas após as secas e incêndios.

Roberto Vámos também criticou as pessoas que negam a existência da crise climática e dizem que não há um consenso cientifico sobre o aquecimento global. "Não é verdade. A realidade é que as academias de cientistas de muitos países confirmam que o aquecimento global foi causado pelos homens. O número de academias que rejeitam isso é zero", afirmou. E citou que algumas delas fizeram um anúncio conjunto de que a necessidade de ação para enfrentar as mudanças climáticas é urgente e indiscutível.

Portanto, segundo Vámos, os céticos do clima apresentam factoides para esconder a realidade e colocar o aquecimento como teoria e não fato. No entanto, 12 linhas de evidência mostram um aquecimento significativo causado pelo homem. Algumas delas são as mudanças no nível do mar, no volume das geleiras, no calor nos oceanos, na temperatura da superfície do mar e na extensão do gelo nos mares.

Mas, a boa notícia, segundo Vámos, é que encontramos algumas soluções. "Se um garoto de 14 anos pode construir um gerador eólico para iluminar seu vilarejo no Malawi, então podemos solucionar a crise climática", disse. Vámos citou projetos de energia eólica na China e no Brasil, além de um futuro promissor para a energia solar. Há iniciativas de conversão da luz em energia em lugares como Serra Leoa, Marrocos, Espanha, Estados Unidos e Vaticano. O último país já instalou painéis solares e quer ser o primeiro carbono neutro do mundo. "Outra boa notícia é que a capacidade voltaica instalada nos Estados Unidos dobra a cada ano. Isso quer dizer que o custo tem caído e que novas usinas elétricas a carvão estão sendo canceladas", comentou.

A energia geotérmica, que usa o movimento da terra para gerar eletricidade, também já é usada em larga escala nas Filipinas e na Islândia, onde mais de 50% da geração de energia vem desta fonte.

No Brasil, Vámos destacou o posto no bairro carioca Barra da Tijuca, que abastece carros elétricos com energia do sol. Mas lamentou que o país esteja sob ameaça de facilitar o desmatamento de suas florestas com a possível aprovação no Senado do novo Código Florestal (leia Cientistas são contra mudanças no Código Florestal)

Então, diante dessa crise climática, o que podemos fazer para lutar pela sua solução? Ajudar nesse caminho foi um dos objetivos do 24 Horas de Realidade e, como em outras cidades, o representante do Rio de Janeiro deu suas sugestões. Veja algumas delas e procure fazer o que possa para mudar nossa realidade:
- Manifeste-se: ganhe a conversa, não deixe os céticos ficarem sem contestação e use a mídia social e tradicional para erguer a sua voz. Você pode, também, participar de ONGs como o The Climate Reality Project, a Iniciativa Verde* - indicada por Vámos - ou muitas outras que atuem pela educação ambiental da população e contra o aquecimento global;
- Aprofunde seu comprometimento como consumidor: faça escolhas que reduzem o seu consumo de energia e considere o impacto ambiental dos produtos que compra;
- Não desista: diga aos líderes que esse assunto é de suma importância, apoie aqueles que agirem para solucionar a crise climática ou fique contra aos que impuserem barreiras.

"Essa é a única Terra que teremos, amaremos e cuidaremos para os nossos filhos e filhos deles", advertiu Vámos.

*The Climate Reality Project
*Iniciativa Verde

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Setembro Verde: SP sedia eventos ambientais gratuitos

Até 02/10, a organização Matilha Cultural promove na cidade de São Paulo o Setembro Verde, evento cultural, que conta com uma porção de atividades gratuitas, cujo principal objetivo é conscientizar a população a respeito das questões ambientais.

Entre as atrações previstas na programação do evento, estão:
- exibições de filmes socioambientais, como o documentário Caminhos da Mantiqueira;
- debates sobre temas ambientais, como a construção da hidrelétrica de Belo Monte;
- oficinas a respeito de assuntos relacionados ao meio ambiente, como agricultura urbana;
- feiras de adoção de cães e gatos;
- vagas vivas, que transformam estacionamentos em áreas de lazer ao ar livre e
- shows que reforçam a cultura brasileira, como o happy hour Mondo Cane, que tocará ritmos nacionais como samba e afrobeat brazuca.

A programação completa do evento Setembro Verde já está disponível. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3256-2636 .

Fonte: PlanetaSustentável

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bom, bonito, econômico e sustentável

Da escolha correta de materiais resultou este loft sustentável e sofisticado, de custo bem acessível, construído em 40 dias

Ambientes integrados, ventilação cruzada, iluminação cênica, muita madeira e vidro. Características dos melhores projetos contemporâneos de arquitetura, esses conceitos aparecem no projeto do arquiteto Fernando Consoni para o Campinas Decor: um loft de 42 m², planejado para evitar o desperdício - de recursos naturais, tempo, dinheiro e espaço. Com ele, o arquiteto prova que ecologicamente correto não é necessariamente rústico; e que bom gosto e bom preço podem ser combinados em um mesmo produto ou acabamento. Depende da escolha.
Criado para um executivo jovem, solteiro e engajado nas questões ambientais, o loft foi erguido em apenas 40 dias, num terreno de 86 m², com varanda, garagem, jardim e recuos, além do bloco central. "Em condições normais, para habitação, o prazo de obra seria de 60 dias em média, e o custo, cerca de R$ 900 por m²", informa o arquiteto. A ala social integra estar, jantar e cozinha, enquanto um móvel de MDF (2,50 x 2,80 x 0,55 m) faz a sutil divisão entre quarto e living, servindo de um lado como painel para a tevê giratória, de outro como guarda-roupa. Isolado está apenas o banheiro, com paredes de alvenaria.
Não bastassem a beleza e o custo racional do projeto, Fernando Consoni teve ainda o cuidado de escolher cada elemento da obra segundo critérios de sustentabilidade. O que inclui fornecedores próximos para reduzir a emissão de poluição no transporte e a escolha de materiais corretos: telhas ecológicas (recicladas de embalagens longa vida e tubos de creme dental), chapas de mármore reutilizadas, MDF na marcenaria, madeiras de manejo para peças maciças, forro em lambri de pínus de reflorestamentos, tintas à base de água, tijolos de solo-cimento (mistura de argila e cimento) e piso de concreto de alto desempenho - os dois últimos dispensam a queima na fabricação, evitando gases poluentes.
Com projetos caprichados de paisagismo e luminotecnia, a fachada exibe paredes estruturais de solo-cimento, jardim plantado sobre as ecotelhas e superfícies envidraçadas, com vidro temperado e insulado, composto por chapas intercaladas com um perfil de alumínio. O material oferece segurança e ótimo desempenho térmico, o que, somado à ventilação cruzada e às telhas refratoras, garante clima agradável nos interiores do loft, sem a necessidade de ar-condicionado ou aquecedor. "Apesar de estar no mercado há um tempo considerável, o solo-cimento ainda não faz parte do cotidiano do consumidor", revela o arquiteto. "E levar ao público um material de consumo consciente, que alia 40% de economia à obra, é dever de todo profissional."



A cozinha planejada é feita de MDF, material recomposto e certificado pelo FSC, com bancada de Silestone. O granito preto São Gabriel, de reuso, protege a parede de água e gordura.


Integrada, toda a área social, composta de estar, jantar e cozinha, recebeu revestimento cimentício e forro de pínus, usual em áreas de reflorestamento, além de ter ótimo custo.


Na área de jantar, integrada ao living, destacam- se móveis claros e aparador desenhado pelo arquiteto e executado com madeira maciça pequiá, a mesma do tampo da mesa. A parede de tijolos recebeu base de textura branca (Sherwin Williams), com terra peneirada e impermeabilizante para obter o efeito.


Um painel de madeira com nichos divide as alas íntima e social. A peça é funcional em sua face para o quarto, e decorativa para o living. A tevê, instalada em um dispositivo giratório, serve aos dois ambientes.


No quarto, o armário cede o vão central à tevê giratória, preservando ainda espaço para as roupas. Tijolos de solo-cimento compõem a cabeceira da cama. O colchão, de fibras de bambu, recebe tecidos orgânicos, como algodão e linho.



O paisagismo do arquiteto e o projeto luminotécnico destacam as paredes estruturais de solocimento - ecologicamente correto e de custo até 40% mais baixo que o material convencional -, e áreas fechadas com vidro temperado e insulado. Sobre as ecotelhas, plantação de gramíneas.



 Para o exterior, foi escolhido piso cimentício com textura suave para a garagem e outro que simula madeira na varanda. O paisagismo vertical integra as duas áreas contíguas. Sob o teto da garagem - coberto de vidro laminado -, faixas de linho como cortinas protegem dos raios de sol.
Fonte: Revista Casa & Construção


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Programa Cidades Sustentáveis apresenta indicadores

Com base em doze temas (veja abaixo) e mais de 400 indicadores, a Rede Nossa São Paulo*, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis* e o Instituto Ethos*, com apoio da Fundação Avina*, lançaram oficialmente o Programa Cidades Sustentáveis*, nesta sexta-feira (19), em São Paulo. A iniciativa ainda inclui cases de projetos bem-sucedidos em diferentes cidades pelo mundo, como exemplos de aplicação prática das propostas. A plataforma foi baseada no pacto político de Aalborg, na Dinamarca, com metas de desenvolvimento sustentável, que já tem a adesão de 650 municípios europeus.

Os temas são os seguintes:
1. Governança;
2. Bens naturais comuns;
3. Equidade, justiça social e cultura de paz;
4. Gestão local para a sustentabilidade;
5. Planejamento e desenho urbano;
6. Cultura para a sustentabilidade;
7. Educação para a sustentabilidade e qualidade de vida;
8. Economia local dinâmica, criativa e sustentável;
9. Consumo responsável e opções de estilo de vida;
10. Melhor mobilidade, menos tráfego;
11. Ação local para a saúde; e
12. Do local para o global.

Nesses tópicos, alguns dos indicadores considerados prioritários são relacionados à área verde por habitante, percentual de área desmatada, concentrações de GEEs - Gases de Efeito Estufa, acesso a rede de esgoto, além de compras públicas sustentáveis, eficiência energética, inclusão de catadores no sistema de coleta seletiva, adoção de ciclovias e corredores de ônibus exclusivos. A saúde tem também destaque por meio das taxas de doenças de veiculação hídrica e mortalidade por doenças respiratórias e circulatórias, também coligadas à poluição e às mudanças climáticas.

EXEMPLOS PELO MUNDO
Entre as experiências mundiais foram selecionadas, por exemplo, o orçamento participativo adotado na cidade de Porto Alegre e o documento publicado em 2002 pelo governo londrino, sobre a pegada ecológica local. Os dados revelavam que os maiores consumos são relacionados a alimentos, materiais e resíduos. A capital do Reino Unido mantém também outro projeto, que incentiva, até o ano que vem, a criação de 2012 hortas em locais urbanos inutilizados até telhados de edifícios.

Com relação à mobilidade, um dos casos destacados é da cidade de Bogotá, na Colômbia, que começou a transformar seu sistema de transporte, a partir de 1998: foram construídos mais de 300 km de ciclovias. Já em Tóquio, no Japão, o destaque ficou por conta da redução da taxa de vazamentos nos sistemas de água a 3,6%, em 2006.

Segundo Maurício Broinizi, secretário-executivo da Rede Nossa São Paulo, a proposta é intensificar a campanha para que os candidatos às Eleições em 2012 assinem cartas-compromissos para atender, pelo menos, os 100 princípios básicos. "A meta é que, a cada dois anos, os prefeitos eleitos realizem audiências públicas e prestação de contas a respeito do cumprimento e do não-cumprimento; neste caso, com justificativas à sociedade".

Até 2013, o plano de mobilização deverá ser intensificado por campanhas que sensibilizem e mobilizem prefeitos, partidos políticos, câmaras municipais e eleitores para valorizarem os candidatos comprometidos com o Programa.

Uma das ferramentas utilizadas é o vídeo institucional abaixo:



A proposta do Programa Cidades Sustentáveis, além do apoio da Fundação Avina, teve a adesão da ONG Atletas pela Cidadania, do programa Todos pela Educação, da Frente Nacional dos Prefeitos, da CNM - Confederação Nacional de Municípios e do MMA - Ministério do Meio Ambiente, entre outros.

De acordo com João Koser, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (composta por cerca de 450 municípios) hoje, o desafio é manter planos diretores eficientes e maior participação de conselhos populares e de orçamento participativo. Ele citou o desordenamento ocupacional em morros e leitos dos rios, como alguns dos problemas das gestões municipais. O saneamento básico e os resíduos sólidos devem ser o foco central, segundo Edson Martins, representante da CNM.

O jornalista ambiental, André Trigueiro, ressaltou ainda a importância de se ampliar medidas fiscais, como o ICM ecológico, adotado em 14 estados e o IPTU verde.

O fato de as cidades responderem por 75% das emissões de GEEs - Gases de Efeito Estufa, para o ambientalista e economista Sérgio Bessermann Vianna, é um ponto indiscutível, que incentiva a mobilização pelo Programa Cidades Sustentáveis.

PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL
Paralelamente, a Rede Nossa São Paulo e seus parceiros se articulam para a aprovação da proposta do PEC - Programa de Emenda Constitucional que prevê obrigatoriedade de Planos de Metas dos governos federal, estadual e municipal. . A proposta prevê que os candidatos eleitos assumam as promessas de campanha e após 120 dias da posse, apresentem os planos.

Em abril deste ano, a entidade entregou o documento a lideranças de bancadas que transformou-se na proposta oficial PEC-10*, sob autoria do deputado federal Luiz Fernando Machado (PSDB-SP). O projeto deverá passar pela avaliação da CCJC - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, se encontra em tramitação especial e deverá ser apreciada junto com a proposta de PEC-52* do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que reduz o prazo de 120 para 90 dias.


Programa Cidades Sustentáveis

Programa Cidades Sustentáveis tem o objetivo de sensibilizarmobilizar e oferecer ferramentas para que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. São grandes os desafios e, para sermos exitosos em ações que contribuam com a sustentabilidadeserá necessário o envolvimento de cidadãosorganizações sociaisempresas e governos.
Para isso, o Programa Cidades Sustentáveis oferece:

I – Ferramentas
Plataforma Cidades Sustentáveisuma agenda para a sustentabilidade das cidades que aborda asdiferentes áreas da gestão publica, em 12 eixos temáticos, e incorpora de maneira integrada asdimensões social, ambientaleconômicapolítica e cultural;
Indicadores gerais associados aos eixos da plataforma;
Indicadores básicos que farão parte dos compromissos de candidatos(as) e prefeitos(as);
Casos exemplares e referências nacionais e internacionais de excelência para a melhora integradados indicadores das cidades.

II – Mobilização
Campanha para os(as) candidatos(as) adotarem a Plataforma e assumirem compromissos com o Programa;
Campanha para eleitores valorizarem os(as) candidatos(as) comprometidos com o Programa Cidades Sustentáveis.

III – Compromissos
Os candidatos a cargos executivos podem confirmar seu engajamento com o desenvolvimento sustentável assinando a Carta Compromisso. Com issoos signatários eleitos deverão estar dispostos a promover a Plataforma Cidades Sustentáveis em suas cidades e a prestar contas das ações desenvolvidas e dos avanços alcançados por meio de relatóriosrevelando a evolução dos indicadores básicos relacionados a cada eixo.

IV – Benefícios para as Cidades Participantes- As cidades participantes ganharão visibilidade em materiais de divulgação e na mídiaterão acesso informações estratégicas e trocarão experiências com outras cidadesalém de fazerem parte de um movimento inédito no Brasil que representa um passo a mais no processo de construção de cidades mais justasdemocráticas e sustentáveis.




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lei tende a reduzir resíduos sólidos na construção civil

Em 1º de agosto de 2011, os integrantes do Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos se reuniram para analisar o documento contendo o diagnóstico, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com algumas metas para diferentes cenários estudados e propostos pelo Grupo de Trabalho (GT1), um conjunto de dados e informações que podem resultar na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Na reunião realizada em Brasília e coordenada pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Nabil Bonduki, os integrantes do GT que já haviam discutido o diagnóstico tiveram a oportunidade de se debruçar sobre as metas propostas para os cenários dos resíduos sólidos urbanos, da construção civil, dos serviços de saúde, de transportes, mineração, industriais e agrossilvopastoris. 
O peso específico do resíduo da construção civil é bastante elevado.

 
Em 2010, o Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de lixo sólido, dos quais os dados brutos apontam que quase 31 milhões vieram de resíduos de novas construções e de demolições. É o que diz o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado em abril de 2011 pela Abrelpe. No entanto, saindo da frieza dos números, percebe-se um esforço do setor em dar destinação adequada aos resíduos. Em parcerias com o poder público, as empresas têm estimulado projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil. O resultado é que atualmente boa parte das cidades com mais de 500 mil habitantes possui diretrizes para a destinação dos resíduos e seu aproveitamento em processos de reciclagem.

A partir da lei sancionada em agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todos os municípios brasileiros terão que pôr em prática medidas que impeçam que esses materiais cheguem aos aterros. O prazo vai até 2014. “Reciclar o material excedente é a saída para a construção civil e a Política Nacional de Resíduos Sólidos estimula isso”, diz Carlos Alberto Vieira da Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Neste sentido, algumas ideias já têm sido colocadas em prática. Belo Horizonte e Porto Alegre, por exemplo, criaram recentemente Bolsas de Resíduos, onde são publicadas ofertas de solo escavado para obras de terraplenagem e de resíduos de gesso, para que sejam utilizados como matéria-prima nas indústrias de cimento.
Segundo o diretor-executivo da Abrelpe, iniciativas como as que já existem em Porto Alegre e Belo Horizonte vão ao encontro ao que prega a Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Na lei, há a determinação de que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos seja aplicada uma ordem de prioridade de ações conforme sequência estabelecida pela legislação: redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final dos rejeitos. Com a vigência da lei, apenas os rejeitos poderão ser encaminhados para disposição em aterros, os demais materiais precisam passar por processos licenciados de aproveitamento”, explica. “Para isso, será necessário uma efetiva fiscalização por parte das autoridades municipais”, completa.

Responsabilidade compartilhada

De acordo com o diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, uma das novidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos é possibilitar o compartilhamento da responsabilidade sobre a destinação dos rejeitos. “Antes, só o poder público municipal era responsável pela coleta dos resíduos sólidos. A partir da lei, isso passa a ser compartilhado com fabricante, distribuidor, comerciante e usuário”, diz. Depois que o modelo for totalmente implantado, com previsão para agosto de 2014, Costa lembra que o município será obrigado a fazer a coleta seletiva e mandar para o aterro sanitário só o que não for passível de reciclagem ou reutilização – o chamado rejeito.
Segundo ele, de 30% a 37% do lixo produzido no país constitui resíduo seco que pode ser reutilizado. Outros 55% são resíduos úmidos, aí incluindo o material orgânico. Sobram, portanto, de 8% a 10% de rejeito. “Com a nova lei, é só o material sem possibilidade de reaproveitamento que o município enviará para o aterro sanitário, o que vai reduzir em muito o desperdício de resíduos sólidos reaproveitáveis”, avalia Silvano Silvério da Costa.
O diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente salienta ainda que a lei cria a obrigatoriedade do município se adequar à sistemática de coleta seletiva, pois determina que os municípios que não o fizerem, até agosto de 2014, deixarão de receber repasses de verbas do governo federal. Essa obrigação aumenta os desafios para as pequenas e médias cidades que ainda usam lixões a céu aberto por não disporem de recursos financeiros nem capacidade técnica para a gestão adequada dos serviços. Para esses casos, Costa afirma que os municípios mais pobres podem viabilizar autarquias regionais, com interveniência dos governos estaduais.
EntrevistadoCarlos Alberto Vieira da Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais)
- Ministério do Meio Ambiente
Currículo
- Carlos Alberto Vieira da Silva Filho é advogado pós-graduado em Direito Administrativo e Econômico pela Universidade Mackenzie
- Diretor-executivo da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais)
- Secretário-executivo da Rede Ibero-Americana de Resíduos Sólidos firmada entre entidades do Brasil, Argentina, Portugal e Espanha.
- Coordenador da Regional da América Latina da ISWA (International Solid Waste Association)
Contato: Carlos Alberto Vieira da Silva Filho (assessoria de imprensa) – comunicacao@abrelpe.org.br / Ministério do Meio Ambiente (assessoria de imprensa) – ascom@mma.gov.br
Fonte: Divulgação/Abrelpe